sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Uma tarde bem passada e o Msn...

– Sérgio! Digo virando-me.
– Está tudo bem Matilde. Volta a perguntar-me olhando para o Rafael.
Sérgio Fontes é um pedaço de mau caminho com 1.90 e porte de assassino profissional. Tem 22 e está á cabeça da sua turma, com a melhor nota, na Faculdade de Ciências Económicas e Políticas da Universidade de Lisboa, no curso de advocacia. É meu primo, foi adoptado pela minha tia Daniela quando tinha 13 anos. Faz-me lembrar imenso o Vishous da saga da irmandade da adaga negra. (roupa do Sérgio)
– Sim, o que quer que tenha havido, já esta resolvido.
–Hum. Murmura descrente ainda sem tirar os olhos do Jalerma que estava visivelmente tenso.– Já comeste? Pergunta mudando de assunto e ignorando-o.
–Ainda não. Digo. – Também não tenho lá muita fome.
– Serio? Então não queres o box master da KFC que comprei para nos. Diz aliciando-me.
Acho que os meus olhos até brilharam. – Com molho picante extra?
– Vamos para o carro. Diz beijando os meus cabelos e dando uma risada contida.
– Ok. Olho para traz e reparo que o jalerma continua ali, olhando-me um bocado desconfortável.
– Adeus. Digo seguindo o Sérgio.
– Adeus. Diz tão baixo que mais parecia um suspiro.
Entro no chevy camaro. E o Sérgio esta a lançar-me O olhar.
– Que merda se passou lá fora? Só não adivinho a sorte grande.
– Primeiro a comida. Se é para ouvir bronca, que seja de barriga cheia.
Com a sobrancelha levantada dá-me o saco com a comida.
– Então? Pergunta.–Vais falar, ou vou arranca-lo a ferros?
– Não se passou nada. Respondo. – E se tivesse passado, já está resolvido.
–Hum. Murmura. (Repetição -. -’’)
– Que vamos fazer hoje? Pergunto de boca cheia.
– Hoje. Começa, limpado o molho que eu tinha no queixo. – Vou levar-te para fora do país e vender-te a uma rede de tráfico sexual nas Bahamas. Falou como se fala-se sobre o tempo. Paro de mastigar, e olho para ele assustada.
– Okay… Tenho um primo mesmo estranho.
Ficamos um tempo em silêncio, que é quebrado por ele.
– O que é que a tua mãe te disse?
– Só que me ias buscar um dia destes. Digo sonolenta, contra o vidro do carro a ver o quão depressa estávamos a ir. Sorrio. Ele sempre gostou do acelerador.
– Que achas que vamos fazer? Continua.
– Não sei. Diz-me tu?! Ele odeia que lhe responda com uma pergunta.
– Matilde. Diz em tom de advertência. – Isso não é resposta.
– O que queres que te diga? Guincho. – Pela Deusa larga-me a braguilha.
– Vamos renovar o teu B.I. e o meu visto de residência. Fala rindo-se da minha explosão.
– É verdade… Ele já expiro a algum tempo. Digo para mim.
– E o meu visto acabou ontem. O Sérgio, não é português, a minha tia adoptou-o numa ida a Eslovénia como voluntaria na igreja.
– Era só isso? Tanta coisa para nada.
– Yah, vamos a loja do cidadão nos Restauradores, comemos num dos restaurantes da rua Augusta e vamos passear. Ele já tem tudo planeado.
– E esta saída. Até onde vai?
– Até onde a senhorita quiser.
……………………………………………………………………………………………………..
O meu resto de dia foi maravilhoso, comemos, ele compro-me um livro, que é o meu Visio, e vimos um filme. A minha relação com o Sérgio, e todos os meus primos, é de irmãos. Ele é o meu irmão mais velho, Adoro-o.
– Cá estamos nós, senhorita. Diz saindo do carro e abrindo a minha porta do carro.
– Cá estamos. Digo. Ele acompanha-me até a porta de casa. – Mano, brigada pelo dia, tava a precisar.
– Não eras a única. Responde-me com um ar cansado. – Acabaram os testes graças a Deus e só me falta entregar um trabalho.
–Não tarda estas com a tua própria firma e relacionado com o caso do século.
– Oh… Que exagerada que a minha maninha é.
– Sérgio? Olhamos para traz e a Inês esta especada a frente do portão.
– Olá mana mais nova. Diz enquanto ela o abraça.
– Olá mano grande.
Falamos mais um bocado e ele teve de ir.
Entro em casa, vou para o meu quarto dispo-me (roupa da Matilde) e ligo o PC, para ir um bocado para ao msn. E preparar-me para as perguntas que me vão fazer.
– Mas que?
msn (Maestro di piacere ( mestre do prazer) adicionar como amigo)
Adiciono mas estou de pé atrás. Mal me ponho on, sou adicionada a conferência e imediatamente bombardeada de perguntas por todos os lados.
Lá consegui responder a todas as suas perguntas. Eram seis da tarde e elas acabaram todas de sair do msn. Céus! Respondi as coisas mais absurdas que pode haver, como se ele tinha sinais de nascença? ou de que tamanho é “ele”? Deuses, eu beijei-o, não fomos para a cama.
Estava a me preparar para desligar o PC quando abre uma janelinha do msn.
Msn ON
Maestro di piacere: Olá J
É a pessoa que adicionei a pouco.
Sonho ou pesadelo: Ola…
A quem dei o meu msn recentemente?
Maestro di piacere: TB?
Sonho ou pesadelo: Tudo. Cont?
Maestro di piacere: Tbem :D
Sonho ou pesadelo: posso fazer uma pergunta?
Maestro di piacere: Já estas a fazer. Mas sim pds.
Engraçadinho…
Sonho ou pesadelo: Quem és?
Maestro di piacere: Sou aquele que tu sabes quem :P
Sonho ou pesadelo: O.o kay… Tem uma boa vida. Xauzinho.
Maestro di piacere: ESPERA!!! Eu digo, melhor mostro-te. Liga a Web cam.
Sonho ou pesadelo: Serio, já tive a minha cota de pervos na Web.
Maestro di piacere: És mesmo desconfiada. Liga a Web, estou vestido. JURO
Maestro di piacere esta a convidar para uma vídeo chamada: aceitar – cancelar
Carrego aceitar. Que posso dizer…Sou pior que jornalista.
… : Ola Tilde. Diz a voz antes de aparecer imagem.
Naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaoooooooooooooooooooooooo.
Escarrapachados no ecrã estão, com um sorriso presunçoso, quem minha gente? Quem disse os Jalermas ganha premio. E sim ouvirão bem jalermAS, estão os dois a olhar para a cara de bunda que estou a fazer.
(Msn on cam mod.)
–Ciao buona cosa (Olá coisa boa). Dizem os dois. Eu devo ter cagado em cima de algum santo e depois ter-lhe escarrado em cima.
– Como raio arranjarão o meu msn? Grito.
– Pedimos a Helena Leitão. Respondem.
– Espera so até te ver Gatinha. Desabafo. Oh a Gatinha ia ouvir. Dar o meu msn a torto e direito? Mas quê isto?
– Não te zangues com ela. Pedem. – Nos precisávamos de falara contigo.
– E têm de pedir a terceiros?
– Terno ias dado caso nós pedíssemos a ti? Pergunta Rodrigo, como eu sei? O Rafael é o que esta a fazer caretas para a camera.
– Não. Respondo na cara de pau.
– Pois bem… Temos de ir a fonte se o rio é longe. Agora não percebi.
– Certo… Vamos ver o que vai sair daqui. – O que querem? Pergunto fechando os olhos e esfregando a cana do nariz. Estou a ficar com dores de cabeça.
– Queríamos falar contigo. Quem fala é o Rafael, que adquire uma expressão seria. Assim não dão quase para distinguir.
– Nos tamos a falar. Que estive eu a fazer com as minha cordas vocais a quase cinco minutos?
– Não assim. Falam negando com a cabeça. - Cara a cara.
– Então falamos amanhã na escola. Proponho.
– Não em privado. Começa Rafael. – Podes vir aqui? Termina Rodrigo.
– “Aqui” onde? Pergunto.
– A nossa casa. A casa deles? Como se quisesse me meter na toca do lobo.
– Que coisa tão importante é essa que tem de ser falada agora mas não no msn?
– Que te custa? Diz Rafael irritado.– É a casa ao lado.
– Então vem cá tu que o caminho é o mesmo. Grito.
– Estamos a ir.
msn off
Quando dou por mim eles já tinham desligado.
– Mas que raio. Murmuro de sobrolho franzido.
(toque de campainha) 

Ainda estava a olhar para a imagem de fundo do PC, quando volto a ouvir o som irritante.
-Matilde! Olha a porta!!! Grita a Inês do quarto ao lado.
-A porta? Murmuro. Voltam a tocar. – A porta!
Corro escada a baixo e chego ao hall de entrada, acendo a luz e olho pelo olho mágico.
- Mas que merda!? A porta estão especados os jalermas a gastar-me a campainha.
Encosto a testa a porta e rezo. Deuses! Isto não pode estar a acontecer. A campainha volta a tocar e dou um salto com o susto.
-Sim! Grito abrindo a porta.
Deixa-nos entrar. Pedem. – Por favor. Estavam os dois aos saltinhos numa tentativa vã de se manterem quentes.
-Deusa do Céu! Digo dando-lhes espaço para entrar. – Como vão para a rua assim vestidos. Pergunto indignada, fechando a porta. Estavam os dois de kispo, calças de pijama finíssimas e ténis.
-Precisávamos de falar contigo. Responde Rafael.
Dou um estalo com a língua e olhos de maneira reprovadora. – Que merda de assunto tão importante é esse, que faz com que vós faz querer apanhar um a gripe ou pior? Eles olham para mim com uma careta.
-Esse tipo de palavreado não é bonito saído da boca de um a dama.
- Apenas sigam –me. Leve-os até a cozinha e sente-os nos bancos de pé alto a volta da ilha.
- São alérgicos a alguma coisa? Pergunto.
-Não. Respondem em simultâneos e confusos.
-Óptimo. Tiro todos os ingredientes que preciso e começo a fazer chocolate quente.
- Aqui tem. Digo pondo duas canecas a frente deles. – Vai vos aquecer.
-Grazie. Respondem dando um golo no conteúdo.
-Esta fantástico. Ouço num murmurar. Olho para eles e não posso fazer outra coisa a não ser rir. Estavam os dois com bigodes de leite.
-Que foi? Perguntam com um sorriso. Passo um guardanapo a cada.
- Engraçadinhos.
-Pois somos. Diz Rafael. – E do tipo dos bem bonitos.
- Tinha de vir. Digo rolado os olhos e recolhendo as canecas vazias e pondo as na máquina.
- Tu dizes isso, mas sabes que me adoras. Vai-te fiando nisso…
-Agora que não estão quase congelados. Começo encostando-me a bancada do lava loiças. – O que vos trás a minha humilde residência.
Ele entreolham-se e adquirem posturas mais serias.
-Eu… Começa Rafael um pouco constrangido. – Eu…eu…
-Tu…Tento faze-lo desenvolver.
- O que ele está a tentar dizer é que te quer pedir desculpas por o que aconteceu hoje mais cedo. Diz Rodrigo vendo que Rafael não ia conseguir dizer.
- Oh. A parte em que te tornaste um bocado assustador e agarraste-me o braço com força o suficiente para o marcar? Pergunto Sarcástica. – Esse acontecimento mais cedo?
- Magoei-te? A pergunta veio acompanhada de um par de mãos que me agarraram muito delicadamente o meu braço magoado. Na verdade só notem que o tinha marcado quando estava a mudar de roupa.
- Merda! A exclamação veio com outro par de mão. – Olha só o braço dela. No meu braço notava-se claramente a marca dos dedos em uma nódoa negra.
- Peço tantas desculpas, eu… Eu nem sei o que dizer. Ele está mesmo transtornado.
 – Hei eu perdoo-te tudo, só larga-me o braço que agora é que me estão a magoar. Peço. Querem tanto ver, que estão num puxa que puxa com o meu braço.
 PERDONO!
Ia dizer para pararem com as desculpas quando ouço a porta de casa a abrir.
-FILHAS! CHEGUEI!!!

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